O que é o IRAQ?

A partir das memórias embotadas de uma boêmia voluntária

Uma força-tarefa para a realização do documentário que pretende contar a história (ou algumas estórias) do IRAQ, espaço de resistência do universo underground do Recife, foi o que vivemos ontem à noite. Em um evento só para convidados, pudemos dar nossas opiniões e falar do nosso relacionamento com o lugar e seu mantenedor, nosso herói anarquista Evandro Sena.

Esta era a pergunta que finalizava cada entrevista nas gravações para o documentário. Na direção, Túlio Falcão, que eu já conhecia como excelente músico, baixista de um bocado de bandas boas da cidade.

Antes de dar meu depoimento, em diálogo com Cecília Torres, chegamos à conclusão de que o que conhecemos hoje como IRAQ tem origens antigas, os protoIRAQs.

Uma dessas raízes foi uma casa nas Graças ocupada por artistas revolucionários no início dos anos 2000. Entre eles, Olga Torres, Henrique Koblitz e Moa Lago. Lá, já havia festas, exposições, performances e muito amor.

Outra raiz, ali pela mesma época, era o Garagem, cuja bela época aconteceu sob o comando de Evandro Sena, Romildo Roma e Guto Conde. Foi lá que Thelmo Cristovam encontrou espaço para discotecar seus jazzes estranhos.

A terceira raiz é o Laboratório Multicultural, atelier, galeria e teatro que funcionou no Pátio de São Pedro mais ou menos entre 2003 e 2005. Aos artistas da casa das Graças se juntaram outros grandes talentos, como Greg Vieira, Quéops Negronski (hoje é o aniversário dele!) e Júnior Aguiar. Além de espaço de produção, realizavam-se muitas atividades de formação em artes visuais, cênicas e música.

Ninguém morava no Laboratório, assim quase todos se juntaram para alugar a casa da Rua do Sossego, 179, o IRAQ, que hoje ostenta a sigla IHKE – Instituto Henrique Koblitz Essinger. Somos todos prosélitos de HKE! Lá, dezenas de pessoas já moraram, se hospedaram, expuseram suas artes, mostraram peitos-bundas-periquitas-picas! Lá nasceu a Livrinho de Papel Finíssimo!

Hoje, o IRAQ é a casa de Evandro, que abriga as ideias dos amigos artistas, atuando como produtor, curador, fruidor e punk entusiasta.

A minha resposta? O IRAQ é um clube. O nosso clube, onde encontramos com pessoas, fazemos amigos, curtimos as produções artísticas uns dos outros, tudo com muito amor e Heinekens!

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Os convidados de ontem ainda desfrutaram dos shows das bandas Garapa Nervosa (fotos abaixo) e monstro Amor! Muito bom!!!

‎"Os dinossauros dominaram o mundo 
Os homens hoje governam quase tudo"
Evandro Sena para Garapa Nervosa